Previsão Experimental Esta NÃO é uma previsão oficial. Para informação meteorológica oficial, visite IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) .

Vila do Conde

AFDPRT
DISCUSSÃO EXPERIMENTAL PARA VILA DO CONDE
GABINETE EXPERIMENTAL DE PREVISÃO - ÁREA METROPOLITANA DO PORTO
05:21 UTC QUI 25 DEZ 2025

Discussão da Previsão para Vila do Conde

Emitido: 05:21 UTC | Válido até: 05:21 SEG 6 JAN 2025


SINOPSE

Uma crista rasa em níveis médios estende-se pelo Atlântico nordeste nas próximas 48 horas, promovendo subsidência e condições geralmente estáveis ao longo da costa norte de Portugal. Prevê-se que uma fraca trincheira de onda curta se aproxime do noroeste no final de 26 de dezembro, introduzindo humidade moderada em níveis médios e aumento da nebulosidade, embora a ascensão em camada profunda permaneça limitada. A partir de 30 de dezembro, a crista restabelece-se brevemente antes de um fluxo mais forte e húmido de oeste se desenvolver entre 31 de dezembro e início de janeiro, impulsionado por uma ciclone de latitudes médias em aprofundamento no Atlântico oriental. Este padrão favorece arrefecimento gradual em altitude e aumento da humidade em baixos níveis, potenciando o desenvolvimento de nuvens estratiformes e elevando o potencial de chuvisco leve e persistente a partir de 1 de janeiro. Os anticiclones superficiais permanecem fracos mas persistentes, limitando a intensidade do fluxo onshore, apesar do aumento dos gradientes de pressão em altitude.


PERÍODO IMEDIATO (0–24 horas)

Às 05:21 UTC, o céu encontra-se parcialmente nublado, com aumento da nebulosidade ao longo da manhã, coerente com fraca advecção quente à frente de uma trincheira de onda curta que se aproxima da costa ocidental da Península Ibérica. A humidade em baixos níveis é moderada, com temperaturas de bulbo húmido próximas de 7 °C, e não se observa desestabilização significativa na camada limite. A nebulosidade atinge um pico próximo de 94 % por volta das 09:00 UTC, diminuindo ao longo da manhã conforme a subsidência se intensifica sob o flanco oriental do eixo da crista. Prevê-se que as temperaturas superficiais subam até cerca de 12 °C até às 14:00 UTC, apoiadas por fraca insolação durante breves períodos de aberta.

A precipitação permanece improvável durante o resto do dia, com apenas 0,1 mm de acumulação indicados à hora 17:00 UTC com probabilidade de 0 % — provavelmente ruído residual dos modelos. O breve aumento da nebulosidade no início de 26 de dezembro (até 100 % entre as 04:00 e 05:00 UTC) coincide com um estreito corredor de advecção de humidade em níveis médios, mas os gradientes térmicos permanecem estáveis e a saturação em baixos níveis é marginal. A inibição convectiva é elevada e não há forçamento organizado presente. Não se pode excluir a possibilidade de aguaceiros isolados no final de 26 de dezembro entre as 12:00 e 18:00 UTC, quando os perfis modelados indicam fraco forçamento frontogénico em altitude e a humidade na camada limite poderá elevar a humidade relativa até 90 %. Contudo, qualquer precipitação será breve e localizada, sem acumulação esperada para além de valores residuais. Rajadas próximas de 30–32 km/h são consistentes com um ligeiro reforço do jato em baixos níveis durante a camada limite noturna.


CURTO PRAZO (24–72 horas)

Entre 26 e 28 de dezembro, o padrão sinóptico evolui para um reforço zonal. A trincheira de onda curta passa a norte da região até às 00:00 UTC de 27 de dezembro, sem expressão superficial e com advecção de ar frio mínima. As temperaturas mantêm-se estáveis, com máximas diurnas próximas de 12–14 °C e mínimas noturnas entre 6–8 °C. Os pontos de orvalho rondam os 6 °C, indicando disponibilidade limitada de humidade. A nebulosidade diminui rapidamente após as 06:00 UTC de 27 de dezembro, com céu predominantemente limpo a prevalecer até 28 de dezembro sob subsidência crescente.

Os modelos mostram elevada concordância na amplitude e posição do eixo da crista, com dispersão do ensemble nas alturas em 500 hPa inferior a 40 m nos membros do EPS e GEFS. Isto sustenta elevada confiança em condições secas até 28 de dezembro. Uma fraca convergência diurna de brisa marítima poderá intensificar o desenvolvimento de cúmulos no interior durante as tardes, mas não se espera convecção organizada na costa. As rajadas mantêm-se próximas de 35 km/h, provavelmente associadas a oscilações inerciais na camada limite noturna e não a forçamento sinóptico.

Entre 29 e 31 de dezembro, a crista enfraquece à medida que uma trincheira mais ampla se aprofunda a oeste de Portugal. O fluxo em níveis médios torna-se mais progressivo, com aumento do momento de oeste. Embora não esteja prevista frente superficial intensa, observa-se um ligeiro aumento da convergência em baixos níveis e advecção de humidade em modelos de alta resolução (AROME, HRRR) a partir de 31 de dezembro. Isto favorece o aumento da nebulosidade, com céu encoberto esperado até 31 de dezembro. As temperaturas iniciam uma descida gradual, com mínimas a atingirem 4 °C — próximo do percentil 10 para final de dezembro — embora não se espere geada ao nível do mar. As temperaturas de bulbo húmido permanecem acima de 3 °C, excluindo qualquer precipitação congelada.


LONGO PRAZO (além de 72 horas)

O padrão evolui para um regime de fluxo oeste forte entre 1 e 8 de janeiro, impulsionado por uma anomalia ciclónica persistente no Atlântico oriental. Isto sustenta advecção repetida de humidade para o norte de Portugal costeiro, com valores de transporte integrado de vapor (IVT) a aumentarem para 250–300 g kg⁻¹ m s⁻¹ entre 5 e 6 de janeiro. Embora não extremo, este fluxo sustentado de humidade, combinado com arrefecimento das temperaturas em níveis médios (temperaturas em 700 hPa a descerem para -4 °C), favorece nebulosidade estratiforme prolongada e chuvisco leve.

A precipitação caracteriza-se por baixa intensidade mas longa duração, com acumulação total prevista de 19,4 mm em 24 horas a 6 de janeiro. Contudo, a probabilidade de precipitação (PoP) mantém-se baixa (13 %), coerente com chuvisco difuso e leve, não convectivo, em vez de aguaceiros isolados. Isto reflete as dificuldades dos modelos em representar com precisão a eficiência do chuvisco em camadas marinhas estáveis — alguns membros do ensemble não produzem chuva mensurável, enquanto outros geram precipitação leve persistente. Esta discrepância sugere baixa confiança na exatidão do momento e cobertura, embora o ambiente termodinâmico favoreça saturação frequente.

As velocidades do vento aumentam significativamente, com rajadas a atingirem 81 km/h a 6 de janeiro. Isto está associado a um aperto do gradiente de pressão entre o ciclone em aprofundamento e um anticiclone em formação sobre a Europa. Embora não atinjam intensidade de temporal, estas rajadas poderão intensificar a rebentação e provocar pulverização localizada junto à costa. As temperaturas mantêm-se frescas, com máximas próximas de 12 °C e mínimas perto de 10 °C durante o período mais húmido, limitando a evaporação e prolongando as condições de superfície molhada.

Não há evidência que apoie precipitação congelada em qualquer momento do período. Mesmo nas noites mais frias (4–5 °C), as temperaturas de bulbo húmido permanecem acima do ponto de congelação, e nenhum membro do modelo produz temperaturas superficiais abaixo de 0 °C. Contudo, não se pode excluir geada breve em superfícies herbáceas durante noites limpas e calmas (por exemplo, 27 e 28 de dezembro), particularmente em zonas interiores abrigadas do concelho de Vila do Conde.


CONFIANÇA E INCERTEZAS PRINCIPAIS

  • Alta confiança em condições secas até 28 de dezembro, apoiada pela concordância consistente dos modelos quanto à intensidade e posição da crista.
  • Confiança média quanto ao momento e cobertura da precipitação leve em 26 de dezembro; aguaceiros isolados possíveis, mas não generalizados.
  • Confiança baixa a média na intensidade e momento do chuvisco entre 1 e 7 de janeiro. Embora a humidade e estabilidade favoreçam precipitação leve, a PoP mantém-se baixa devido à incerteza dos modelos na iniciação do chuvisco e na evaporação na camada sub-nubosa. Os acumulados baseados na duração poderão estar sobreestimados se o chuvisco for intermitente.
  • Baixa confiança nas previsões de rajadas para além de 72 horas, pois pequenas alterações na trajetória da baixa pressão poderão alterar significativamente os gradientes de pressão.
  • Nenhuma confiança em precipitação congelada em qualquer momento; todos os perfis térmicos permanecem acima do ponto de congelação, e nenhum membro do ensemble apoia ocorrência de granizo, neve ou chuva gelada.

Execuções recentes dos modelos mostram tendências estáveis nas temperaturas e precipitação, com pequenas oscilações no momento da humidade em baixos níveis (por exemplo, variações de 0,8–1,1 mm nos totais de 6 horas em 25 de dezembro), mas trata-se de ruído residual e não de sinal significativo. Não foram observadas mudanças de enviesamento relevantes nos ciclos recentes.


Discussão experimental — não constitui orientação oficial