Previsão Experimental Esta NÃO é uma previsão oficial. Para informação meteorológica oficial, visite IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) .

Espinho

AFDPRT
DISCUSSÃO EXPERIMENTAL PARA ESPINHO
GABINETE EXPERIMENTAL DE PREVISÃO - ÁREA METROPOLITANA DO PORTO
05:21 UTC QUI 25 DEZ 2025

Discussão da Previsão para Espinho

Emitida: 05:21 UTC | Válida até: 05:21 UTC SEG 29 DEZ 2025


SINOPSE

Uma ampla crista em níveis médios estende-se pelo Atlântico Norte oriental durante a próxima semana, favorecendo condições geralmente estáveis ao longo da costa norte de Portugal. Prevê-se que uma fraca trincheira de onda curta se aproxime do noroeste no final de 01-01-2026, iniciando um aumento gradual da nebulosidade e da advecção de humidade a partir de 02-01-2026. Este sistema intensificar-se-á ligeiramente sob modesta divergência em altitude, originando um período de precipitação fraca e aumento dos ventos em baixos níveis até meio da semana. Uma frente fria associada a um ciclone em deslocamento para nordeste, próximo das Ilhas Britânicas, atravessará a região em 06-01-2026, trazendo a precipitação e o vento mais intensos do período. A alta pressão regressará brevemente em 08-01-2026. A alta pressão ao nível da superfície mantém-se ancorada junto aos Açores, orientando fracas perturbações para nordeste ao longo de uma frente polar subtíl. Persiste advecção fria em baixos níveis após cada passagem, mantendo as temperaturas mínimas por vezes perto ou abaixo de zero, especialmente em zonas de drenagem superficial e superfícies elevadas.


PERÍODO IMEDIATO (0–24 horas)

Às 05:21 UTC, o céu apresenta-se parcialmente nublado, com aumento da cobertura de estratocúmulos nas horas matutinas, coerente com fraca advecção de humidade em baixos níveis a partir do noroeste, sob temperatura de 925 hPa de aproximadamente 6 °C e uma camada húmida que se estende até 850 hPa. As temperaturas à superfície rondam os 7 °C, com valores de temperatura de bulbo húmido em torno de 5 °C, indicando ausência de risco de precipitação congelada. O aquecimento diurno prosseguirá com diminuição da nebulosidade até final da manhã, sendo que a insolação ultrapassará a estratificação marítima residual entre as 10 e as 11 UTC. A erosão da nebulosidade alta permitirá um aquecimento máximo próximo de 12 °C entre as 13:00 e as 14:00 UTC.

Não se pode excluir o desenvolvimento isolado de convecção durante a tarde, devido ao fraco aquecimento diurno sobre o continente e a uma camada húmida rasa, embora a energia potencial convectiva disponível (CAPE) permaneça desprezável (<50 J/kg) e a cisalhamento em camadas profundas seja mínimo. Quaisquer aguaceiros seriam breves, localizados e impulsionados por fronteiras mesoescalares ou convergência costeira — não por forçamento sinótico. A probabilidade de precipitação à tarde de 20% reflete instabilidade marginal e baixa eficiência de precipitação em modelos de perfis atmosféricos (GFS, IFS).

As temperaturas mínimas noturnas descem até cerca de 3 °C às 06:00 UTC de 26-12-2025, favorecidas por céu limpo e ventos fracos (inferiores a 10 km/h após as 21:00 UTC). As temperaturas de bulbo húmido atingirão 2 °C, mas não se espera geada devido ao calor residual do solo e à influência marítima. A geada permanece possível em relvas e superfícies elevadas onde o arrefecimento radiativo não seja impedido. A confiança em condições secas é elevada, embora não se possa excluir totalmente um eventual fio de chuvisco proveniente de uma camada marítima em passagem nas primeiras horas da manhã.


CURTO PRAZO (24–72 horas)

Entre 26-12-2025 e 28-12-2025, o eixo da crista desloca-se ligeiramente para leste, permitindo que ondas de curto período fracos atravessem o Atlântico Norte distante a oeste de Portugal. A primeira delas, uma sutil onda curta em 500 hPa, passará a várias centenas de quilómetros ao norte em 27-12-2025, induzindo fraca advecção de vorticidade ciclónica para a costa ocidental da Península Ibérica. Isto poderá aumentar marginalmente a convergência em baixos níveis, favorecendo uma probabilidade de 10% de precipitação fraca, principalmente sob a forma de chuvisco ou aguaceiros muito leves entre o final da manhã e início da tarde. Contudo, a estabilidade da camada limite permanece elevada e os valores de água precipitável total mantêm-se abaixo de 15 mm — limitando qualquer produção de precipitação.

As temperaturas permanecerão próximas dos valores normais sazonais, com máximas diurnas entre 11 e 14 °C e mínimas noturnas entre 3 e 6 °C. No dia 27, prevêem-se rajadas até 40 km/h do noroeste, provavelmente associadas a ajustes ageostroficos em baixos níveis ao longo de um eixo de trincheira fraco. No dia 28, a reconstrução sutil da crista conduz a condições mais quentes (máxima de 14 °C), apesar da persistência de uma probabilidade de precipitação de 10%, já que a subsidência suprime a convecção profunda.

A orientação dos modelos (ECMWF, GFS, AROME) mostra forte concordância quanto ao padrão sinótico neste período, com dispersão mínima nos campos de altura geopotencial nos conjuntos de previsão. Contudo, os valores de probabilidade de precipitação (POP) permanecem sensíveis a processos microescalares na camada limite não resolvidos pelos modelos com permissão de convecção. Qualquer precipitação será breve e sem acumulação significativa, sem impacto esperado na mobilidade ou infraestruturas.


LONGO PRAZO (além de 72 horas)

O padrão sofre uma alteração significativa a partir de 01-01-2026, com um ciclone de médias latitudes em intensificação a deslocar-se de nordeste a partir do Atlântico Central em direção às Ilhas Britânicas. Este sistema intensifica o escoamento sudoeste à frente da sua frente fria, advectando ar cada vez mais húmido (valores de PWAT a subir para 25–30 mm até 05-01) para o norte de Portugal. A aproximação trará céu encoberto em 01-01-2026, com uma janela estreita de 6 horas de precipitação fraca (0,6 mm) e uma probabilidade de precipitação de 10% — indicativa de baixa confiança na cronologia e extensão.

Em 02-01-2026, o setor quente estabelece-se, com nebulosidade baixa e chuvisco fraco a persistirem durante 11 horas. Apesar de apenas 3,7 mm de acumulação total, a duração favorece visibilidade reduzida e superfícies húmidas. As temperaturas de bulbo húmido mantêm-se em 1 °C, com temperatura mínima do ar de 2 °C — levantando um cenário marginal de geada em chuvisco em superfícies elevadas, caso a precipitação ocorra durante a noite. Contudo, as temperaturas do pavimento deverão permanecer acima de zero devido à libertação de calor latente e à retenção de calor urbano.

O evento principal ocorre em 06-01-2026, quando a frente fria passa com apoio de um jato em baixos níveis (ventos em 850 hPa >25 kt). Isto produzirá 23,1 mm de chuva em 24 horas, com taxas máximas de precipitação entre 1,5 e 2,0 mm/h. Rajadas até 79 km/h são possíveis em rajadas associadas a linhas de trovoadas, embora os perfis atmosféricos atuais não indiquem um modo convectivo organizado. A advecção fria pós-frente fará descer novamente as temperaturas, com uma mínima de 4 °C em 08-01-2026 e um regresso temporário de 10% de POP — possivelmente sob a forma de flocos de neve passageiros em altitude (>200 m), mas sem acumulação esperada ao nível do mar.

A orientação por conjuntos (GEFS, EPS) mostra dispersão crescente para além de +120h, particularmente na fase da trincheira a montante e na intensidade do ciclone superficial. Alguns membros atrasam a passagem frontal em 12–18 horas, enquanto outros intensificam mais agressivamente o centro de baixa pressão. Contudo, o consenso mantém um evento de precipitação e vento de impacto moderado em 06-01, seguido de condições mais secas e frescas.


CONFIANÇA E INCERTEZAS PRINCIPAIS

  • 0–48 horas: Alta confiança em condições secas, tendências de temperatura e evolução da nebulosidade. Os valores de POP são baixos e refletem instabilidade marginal, não forçamento organizado.
  • 48–72 horas: Confiança moderada a alta na evolução do padrão; baixa confiança na ocorrência de precipitação devido à dependência de processos na camada limite.
  • Além de 72 horas: Confiança moderada no padrão, baixa confiança na cronologia e intensidade do sistema de 06-01-2026. A dispersão dos conjuntos aumenta significativamente na trajetória e intensidade do ciclone principal.
  • Risco de geada: Geada breve possível em relvas e superfícies elevadas em 25-12-2025, 26-12-2025 e 04-01-2026, onde as temperaturas de bulbo húmido descem para 1–2 °C e o céu está limpo. As temperaturas do pavimento improvavelmente atingirão 0 °C devido à influência marítima.
  • Precipitação invernal: Sem acumulação esperada ao nível do mar. Quaisquer flocos de neve em 04-01-2026 ou 08-01-2026 seriam breves, localizados em zonas montanhosas (>200 m) e sem impacto.
  • Oscilação dos modelos: As últimas execuções dos modelos (últimos 20 minutos) mostram previsões estáveis de temperatura (4°–5 °C durante a noite, 11 °C de dia) e diminuição dos totais de precipitação (de 1,1 mm para 0,8 mm), sugerindo convergência no tratamento da humidade em baixos níveis. Nenhuma tendência significativa indica alteração na evolução sinótica.

Discussão experimental — não constitui orientação oficial