Previsão Experimental Esta NÃO é uma previsão oficial. Para informação meteorológica oficial, visite IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) .

Oliveira de Azeméis

AFDPRT
DISCUSSÃO EXPERIMENTAL PARA OLIVEIRA DE AZEMÉIS
GABINETE EXPERIMENTAL DE PREVISÃO - ÁREA METROPOLITANA DO PORTO
05:21 UTC QUI 25 DEZ 2025

Discussão da Previsão para Oliveira de Azeméis

Emitido: 05:21 UTC | Válido até: 05:21 SEG 29 DEZ 2025


SINOPSE

Uma crista ampla em níveis médios domina a Península Ibérica até meados da semana, reforçando condições de subsidência no norte de Portugal. Uma alta pressão superficial centrada no Atlântico oriental mantém um fluxo fraco de norte a nordeste nos baixos níveis, favorecendo um regime seco e estável até 27 de dezembro. A partir do final do dia 27 de dezembro, inicia-se uma lenta erosão da crista com a aproximação de uma trincheira progressiva das latitudes médias a noroeste, aumentando a advecção de vorticidade ciclónica em níveis médios sobre a Ibéria ocidental até 31 de dezembro. Este cenário prepara o terreno para um aumento da humidade e eventual passagem de uma frente de baixa amplitude entre 01 e 03 de janeiro. Os modelos em conjunto não indicam ciclones superficiais fortes, embora os conjuntos GFS e ECMWF sugiram um modesto aprofundamento de uma baixa junto aos Açores no início da próxima semana, aumentando o fluxo onshore e a advecção de humidade nos baixos níveis para a região. As temperaturas na camada limite mantêm-se perto ou ligeiramente acima de zero graus, com arrefecimento radiativo noturno repetido a favorecer a formação de geada.


PERÍODO IMEDIATO (0–24 horas)

Até 12:00 UTC, a humidade residual em níveis médios continua a dissipar-se, com tendências de satélite e perfis modelados a indicar secagem na camada 850–700 hPa. Observações superficiais e modelos de curto prazo (HRRR, AROME) mostram aumento da insolação com a recuperação do ângulo solar, favorecendo o aquecimento diurno. As temperaturas já atingiram os 6 °C às 05:00 UTC e deverão subir gradualmente até cerca de 11 °C entre 12:00 e 14:00 UTC. Os pontos de orvalho na camada limite mantêm-se perto de 4–5 °C, limitando o potencial convectivo apesar do modesto aquecimento diurno (MUCAPE < 50 J/kg).

A nebulosidade diminui de cerca de 100% às 09:00 UTC para menos de 10% até às 13:00 UTC, intensificando o aquecimento superficial. Poderá ocorrer desenvolvimento isolado de cúmulos em zonas interiores ao meio-dia devido a fraca convergência nos vales dos rios Ave e Vouga, mas não se espera convecção organizada.

Após o pôr do sol, o rápido arrefecimento radiativo sob céu limpo fará descer as temperaturas de 8 °C às 18:00 UTC para perto de 2 °C às 23:00 UTC. As temperaturas de bulbo húmido descem até 1 °C, com depressões do ponto de orvalho a reduzirem-se para 1–2 °C, aumentando o potencial de formação de geada pontual em relvados e superfícies elevadas até 06:00 UTC de 26 de dezembro. As temperaturas do pavimento poderão manter-se ligeiramente acima de zero devido à retenção de calor urbano, mas a geada não pode ser descartada em áreas rurais e abertas.

A probabilidade de precipitação mantém-se baixa (10–15%) durante a tarde e noite, associada a fracas ondas curtas transitórias no fluxo a 700 hPa. Estas perturbações não dispõem de humidade nem ascensão suficientes para gerar precipitação mensurável, e quaisquer aguaceiros seriam breves e localizados. Os modelos das últimas horas mostram soluções estáveis para temperatura e precipitação, com pouca dispersão nos campos de temperatura a 2 m e alturas a 850 hPa.


CURTO PRAZO (24–72 horas)

De 26 a 28 de dezembro, o eixo da crista desloca-se para leste, mantendo condições secas mas permitindo um ligeiro aumento da humidade nos baixos níveis proveniente do Atlântico. As temperaturas mantêm-se estáveis, com máximas diurnas perto de 11–12 °C e mínimas noturnas entre 1 °C e 3 °C.

A 26 de dezembro, uma fraca elevação isentrópica ao longo de uma rasa trincheira a 850 hPa poderá intensificar a nebulosidade baixa pela manhã, especialmente em zonas costeiras. Contudo, inversões por subsidência limitam o desenvolvimento vertical, e a precipitação permanece improvável apesar de uma probabilidade de precipitação (POP) de 25% à tarde – esta está associada a células convectivas isoladas na camada limite, não a forçamento sinótico.

Em 27–28 de dezembro, o aumento do fluxo sudoeste nos baixos níveis (7–10 kt a 850 hPa) favorece a advecção de ar quente, com temperaturas superficiais a atingirem 12–14 °C. Rajadas até 35 km/h são esperadas todas as tardes devido à maior mistura na camada limite sob insolação mais forte e gradientes de pressão fracos. Não está prevista precipitação, mas a nebulosidade poderá aumentar ligeiramente à tarde devido à turbulência na camada limite.

A principal incerteza reside na intensidade e no momento da formação das inversões noturnas. Com céu limpo e ventos fracos, o arrefecimento radiativo mantém-se eficiente. Contudo, o ligeiro aumento da humidade nos baixos níveis (pontos de orvalho a subir para 3–4 °C) poderá atenuar essa eficiência, potencialmente mantendo as temperaturas mínimas 1–2 °C acima do indicado pelos modelos. Isto poderia reduzir a extensão da geada face às noites anteriores.


LONGO PRAZO (além de 72 horas)

A partir de 29 de dezembro, o padrão em altitude transita de zonal para progressivamente amplificado, com uma trincheira de onda curta a avançar para o Atlântico nordeste. Até 31 de dezembro, a advecção de vorticidade ciclónica em níveis médios aumenta sobre Portugal, com vetores Q a 500 hPa a indicar ascensão fraca mas persistente. Isto favorece um aumento gradual da nebulosidade, com céu encoberto esperado ao meio-dia.

As temperaturas superficiais descem para cerca de 8 °C devido à redução da insolação, embora não esteja prevista precipitação. O cenário seco prolonga-se até 01 de janeiro, apesar do aumento da humidade relativa nos baixos níveis e da subida da temperatura de bulbo húmido (até 1 °C). A primeira precipitação mensurável só é esperada no final de 01 de janeiro, com chuvisco leve a desenvolver-se sob uma camada marítima estável e húmida.

De 02 a 07 de janeiro, os modelos em conjunto (GEFS, ECMWF EPS) indicam uma tendência para um fluxo onshore mais forte com o desenvolvimento de um sistema de baixa pressão sudoeste de Portugal. O reforço do jato nos baixos níveis (ventos a 850 hPa até 25–30 kt) suporta uma advecção sustentada de humidade, com valores de IWV a subir de 15 mm para 25+ mm até 06 de janeiro. Isto coincide com os maiores totais de precipitação do período (até 23 mm), embora a cobertura se limite a chuvisco generalizado e não a atividade convectiva.

Destaca-se que as temperaturas na camada limite permanecem perto ou ligeiramente acima de zero até 04 de janeiro, com mínima prevista de -1 °C. As temperaturas de bulbo húmido descem até -2 °C, aumentando o potencial de ocorrência breve de chuvisco gelado em superfícies elevadas ou pavimentos não tratados, especialmente em áreas rurais. Contudo, não se espera acumulação generalizada de gelo devido ao reduzido equivalente líquido e curta duração. A confiança na precipitação congelada é baixa, mas o risco não pode ser descartado nas noites de 03–04 de janeiro.

As rajadas de vento aumentam para 70+ km/h entre 06–07 de janeiro, associadas ao aperto dos gradientes de pressão entre a baixa em desenvolvimento e uma alta a formar-se na Europa central. Estes ventos poderão intensificar a sensação térmica, mas não deverão causar danos estruturais.


CONFIANÇA E PRINCIPAIS INCERTEZAS

  • 0–48 horas: Alta confiança nas condições secas e nas tendências térmicas. A consistência entre modelos nas alturas a 850 hPa e nos campos de pressão superficial apoia uma previsão estável.
  • 48–72 horas: Confiança média. Pequenas diferenças na advecção de humidade entre IFS e GFS poderão afetar a nebulosidade noturna e as temperaturas mínimas.
  • Além de 72 horas: Confiança baixa a média. Embora a mudança no padrão em larga escala seja consistente entre os modelos, o momento e a intensidade do regresso da humidade e da passagem frontal apresentam variações. O período 05–07 de janeiro mostra dispersão significativa no momento e totais de precipitação (ECMWF mais seco, GFS mais húmido).
  • Precipitação congelada: Baixa confiança, mas alto impacto se ocorrer. Qualquer ocorrência seria breve e limitada a relva, superfícies elevadas ou estradas não tratadas durante as noites de 03–04 de janeiro. Acumulações no pavimento improváveis devido ao perfil térmico marginal e curta duração.
  • Rajadas de vento: Confiança crescente em ventos mais fortes entre 05–07 de janeiro, apoiada pela consistente agrupamento dos modelos nos gradientes de pressão ao nível do mar.

Sem alterações significativas face aos últimos modelos; as soluções estabilizaram nas últimas 30 minutos, com mínima deriva nos campos de temperatura e precipitação.


Discussão experimental – não constitui orientação oficial